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terça-feira, 9 de agosto de 2011

Brasil Colônia

" Porque servindo ao Senhor, servia ao rei; trazendo o Evangelho, trazia também a cultura européia."

PERÍODO PRÉ-COLONIZADOR
Mapa Terra Brasilis (1515-1519)

     Com a descoberta do novo caminho para as Ìndias, o comércio de especiarias era a preciosa fonte de riquezas de Portugal. Lisboa, capital desse lucrativo comércio, destacava-se na época pela agitada vida econômica.
     Foi nesse contexto, em que as atenções portuguesas estavam voltadas para o comercio oriental, que se deu o "descobrimento" do Brasil. 
     Após as primeiras expedição, os enviados da Coroa portuguesa perceberam que não seria possível obter aqui lucros fáceis e imediatos, pois não encontraram, de início, as desejadas jazidas de ouro.
     Por outro lado, embora houvesse no litoral grande quantidade de pau-brasil (árvore da qual se extraía uma cobiçada tinta corante para tecidos), o lucro gerado pela exportação dessa madeira ainda seria menor do que o então vantajoso comércio de produtos africanos e asiáticos.

     PRIMEIRAS EXPEDIÇÕES AO BRASIL
      
     Por essas razões, houve inicialmente pouco interesse de Portugal pelas terras americanas. Nos primeiros 30 anos (1500-1530), o governo português limitou-se a enviar para cá algumas expedições marítimas destinadas principalmente ao reconhecimento da terra e à preservação de sua posse. Só depois teve início o efetivo processo de colonização portuguesa do Brasil.
     As principais expedições marítimas portuguesas enviadas ao Brasil nesse período, denominado pré-colonizador, por historiadores, foram:
  • Expedição comandada por Gaspar de Lemos(1501)- explorou grande parte do litoral brasileiro e deu nome aos principais acidentes geográfico então encontrados(ilhas, cabos, rios, baías).
  • Expedição comandada por Gonçalo Coelho(1503)- organizada por conta do contato assinado entre o rei de Portugal e um grupo de comerciantes interessados na exploração do pau-brasil, dentre os quais se destacava o rico comerciante Fernão de Noronha.
  • Expedição comandada por Cristóvão Jacques (1516-1520)- organizada para tentar deter o contrabando de pau-brasil feito por outros comerciantes europeus, como os franceses. Essas duas expedições(chamadas de guarda-costas) não foram bem-sucedidas, devido à grande extensão do nosso litoral.
     A EXTRAÇÃO DO PAU-BRASIL

    A primeira riqueza explorada pelos europeus em terras brasileiras foi o pau-brasil( Caesalpinia echinata),  árvore assim denominada devido à cor de brasado do interior de sei tronco. Os índios a chamavam ibirapitanga ou arabutã, que significava "madeira ou pau vermelho".
   A presença do pau-brasil era tão abundante no litoral, na faixa que vai do estado do Pernambuco até Angra dos Reis (no estado do Rio de Janeiro). Antes da conquista da América, os europeus compravam o pau-brasil do Oriente, mas a partir do século XVI tornou-se mais lucrativo extraí-lo em terras americanas. 

      Monopólio da Coroa
     
     Ao ser informado sobre a existência de pau-brasil nestas terras, o rei de portugal não demoreu a declarar sua exploração monopólio da Coroa portuguesa. Isso significa que ningém poderia retirá-lo das matas brasileiras sem prévia permissão do governo português e pagamento do tributo correspondente. Essa declaração, no entanto, não foi respeitada por ingleses, espanhóis e, principalmente, franceses; todos eles continuariam extraindo clandestinamente a madeira do litoral brasileiro.
     A primeira concessão da Coroa para exploração do pau-brasil foi dada ao comerciante português Fernão de Noronha, em 1503. Seus navios foram os primeiros a chegar à ilha que mais tarde recebeu seu nome.
    Os comerciantes de pau-brasil eram chamados brasileiros ( termo que, com o tempo, perdeu o sentido original e passou a ser utilizado para designar os colonos nascidos no Brasil).

      Trabalho Indígena

     A extração de pau-brasil nesse período dependia da mão de obra dos indígenas, pois eram eles quem  derrubavam as árvores, cortavam-nas em toras e carregavam-nas até os locais de armazenamento(feitorias), de onde eram levadas para os navios.
    Esse trabalho era conseguido de forma amigável, por meio do escambo. Em troca de uma série de objetos (como pedaços de tecidos, anzóis, espelhos e, às vezes, facas e canivetes) os indígenas derrubavam as árvores com machados fornecidos pelos europeus.
      
      Instalação de Feitorias

     Por seu caráter predatório e destrutivo, a extração de pau-brasil demandava, em certa medida, um comportamento nômade: os exploradores deslocavam-se pelas matas litorâneas à medida que a madeira se esgotava. Por isso, essa atividade não deu origem a núcleos significativos de povoamento.
      Foram construídas apenas algumas feitorias em determinados pontos da costa, onde a madeira era mais abundante. Esses locais serviam para armazená-la e protegê-la dos ataques de franceses e de tribos hostis. 



Referências Bibliográficas:

CORREIA, Marcos Sá. In: Revista veja. São Paulo, Abril, n.51, 24 dez. 1997. p.81. Suplemento Especial.
MESGRAVIS, Laima. O Brasil nos primeiros séculos. São Paulo, Contexto, 1989.p.62.
PRADO JR.,Caio. Formação do Brasil contemporâneo. São Paulo, Brasiliense,1979.


segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Sociedades Pré-Colôbianas

Muitas civilizações pré-colombianas estabeleceram características e marcas que incluiam assentamentos permanentes ou urbanos, agricultura, e arquitetura cívica e monumental e complexas hierarquias sociais. Algumas dessas civilizações já tinham desaparecido antes da primeira chegada permanente dos europeus (c. final do séc. XV - início do séc. XVI), e são conhecidas apenas através de pesquisasarqueológicas. Outras foram contemporâneas com este período e também são conhecidos através de relatos históricos da época. Algumas, como os maias, tinham seus próprios registros escritos. No entanto, a maioria dos europeus da época viam esses textos como heréticos e muitos foram destruidos em piras cristãs. Apenas alguns documentos secretos continuam intactos, deixando os historiadores modernos, com lampejos dessas culturas e conhecimentos antigos.
era pré-colombiana incorpora todas as subdivisões períodicas na história e na pré-história das Américas, antes do aparecimento dos europeus no continente americano, abrangendo desde o povoamente original no Paleolítico Superior àcolonização européia durante a Idade Moderna. Embora tecnicamente referindo-se a era antes de viagens de Cristovão Colombo em 1492-1504, na prática, o termo inclui geralmente a história das culturas indígenas americanas, até que serem conquistadas ou significativamente influenciadas pelos europeus, mesmo que isso tenha acontecido décadas ou mesmo séculos depois do desembarque inicial de Colombo.
O termo pré-colombiano é frequentemente utilizado especialmente no contexto das grandes civilizações indígenas das Américas, como as da Mesoamérica (osolmecas, os toltecas, os teotihuacanos, os zapotecas, os mixtecas, os astecas e os maias) e dos Andes (os incasmocheschibchascañaris).
De acordo com contas e documentos dos indígenas americanos e dos europeus, as civilizações americanas no momento da colonização europeia possuiam muitas realizações impressionantes. Por exemplo, os astecas construíram uma das cidades mais impressionantes do mundo, Tenochtitlán, onde hoje está localizada aCidade do México, com uma população estimada em 200.000 habitantes. Civilizações americanas também exibiam realizações impressionantes emastronomia e matemática.

Astecas


A civilização asteca ou mexica foi um dos mais notórios povos a ocuparem a região da Meso-América. De acordo com um relato mítico, a tradição religiosa asteca relata que seu povo saiu à procura de um território sagrado. Tal região estaria marcada pela existência de uma águia repousada sobre um cacto, que carregava em seu bico uma serpente. Depois de passarem anos vagueando pelas regiões da América Central, o povo asteca fixou-se na região do Lago Texcoco. Ali desenvolveram intensa atividade agrícola e fundaram a cidade de Tenochtitlán. 

Explicações de cunho histórico dão conta que os astecas, por volta do século XIV, invadiram a região meso-americana valendo-se da frágil civilização tolteca que dominava aquela região. Em curto espaço de tempo, conseguiram formar um amplo império formado por centenas de centros urbanos e que contava com uma população de quase 15 milhões de habitantes. Durante sua história o império asteca dominou outros povos da região, dos quais cobravam tributos que abasteciam as principais cidades do império asteca. No final do século XV, com a chegada dos espanhóis à região, os astecas sofreram a crise e o declínio de seu império. As pretensões colonialistas e a cobiça pelos metais preciosos incitaram os espanhóis a promoverem a destruição desta antiga civilização. Por meio das guerras, pilhagens e o apoio de povos inimigos os espanhóis conquistaram toda a região. Com isso, foram perdidas valiosas fontes de conhecimento da cultura desse povo que dominou o Vale do México por mais de duzentos anos.

Maia 

O povo maia habitou a região das florestas tropicais das atuais GuatemalaHonduras e Península de Yucatán (região sul do atual México). Viveram nestas regiões entre os séculos IV a.C e IX a.C. Entre os séculos IX e X , os toltecas invadiram essas regiões e dominaram a civilização maia. Nunca chegaram a formar um império unificado, fato que favoreceu a invasão e domínio de outros povos. As cidades formavam o núcleo político e religioso da civilização e eram governadas por um estado teocrático.O império maia era considerado um representante dos deuses na Terra. A zona urbana era habitada apenas pelos nobres (família real), sacerdotes (responsáveis pelos cultos e conhecimentos), chefes militares e administradores do império (cobradores de impostos). Os camponeses, que formavam a base da sociedade, artesão e trabalhadores urbanos faziam parte das camadas menos privilegiadas e tinham que pagar altos impostos. 

A base da economia maia era a agricultura, principalmente de milho, feijão e tubérculos. Suas técnicas de irrigação eram muito avançadas. Praticavam o comércio de mercadorias com povos vizinhos e no interior do império.
Ergueram pirâmides, templos e palácios, demonstrando um grande avanço na arquitetura. O artesanato também se destacou: fiação de tecidos, uso de tintas em tecidos e roupas.
A religião deste povo era politeísta, pois acreditavam em vários deuses ligados à natureza. Elaboraram um eficiente e complexo  calendário que estabelecia com exatidão os 365 dias do ano.
Assim como os egípcios, usaram uma escrita baseada em símbolos e desenhos (hieróglifos). Registravam acontecimentos, datas, contagem de impostos e colheitas, guerras e outros dados importantes.
Desenvolveram muito a matemática, com destaque para a invenção das casas decimais e o valor zero.

Inca
Os incas viveram na região da Cordilheira dos Andes (América do Sul ) nos atuais Peru, Bolívia, Chile e Equador. Fundaram no século XIII a capital do império: a cidade sagrada de Cusco. Foram dominados pelos espanhóis em 1532.
O imperador, conhecido por Sapa Inca era considerado um deus na Terra. A sociedade era hierarquizada e formada por: nobres (governantes, chefes militares, juízes e sacerdotes), camada média ( funcionários públicos e trabalhadores especializados) e classe mais baixa (artesãos e os camponeses). Esta última camada pagava altos tributos ao rei  em mercadorias ou com trabalhos em obras públicas. 
Na arquitetura, desenvolveram várias construções com enormes blocos de  pedras encaixadas, como templos, casas e palácios. A cidade de Machu Picchu foi descoberta somente em 1911 e revelou toda a eficiente estrutura urbana desta sociedade. A agricultura era extremamente desenvolvida, pois plantavam nos chamados terraços (degraus formados nas costas das montanhas). Plantavam e colhiam feijão, milho (alimento sagrado) e batata. Construíram canais de irrigação, desviando o curso dos rios para as aldeias. A arte destacou-se pela qualidade dos objetos de ouro, prata, tecidos e jóias. 
Domesticaram a lhama (animal da família do camelo) e utilizaram como meio de transporte, além de retirar a lã , carne e leite deste animal. Além da lhama, alpacas e vicunhas também eram criadas.
A religião tinha como principal deus o Sol (deus Inti). Porém, cultuavam também animais considerados sagrados como o condor e o jaguar. Acreditavam num criador antepassado chamado Viracocha (criador de tudo).
Criaram um interessante e eficiente sistema de contagem : o quipo. Este era um instrumento feito de cordões coloridos, onde cada cor representava a contagem de algo. Com o quipo, registravam e somavam as colheitas, habitantes e impostos. Mesmo com todo desenvolvimento, este povo não desenvolveu um sistema de escrita. 

Fontes: