Parelhas RN
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Vista parcial da Serra do Boqueirão_ Fim de tarde
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Pelo seu charme sofisticado, a cidade de Parelhas é conhecida como a “Paris Seridoense”, onde uma constante atmosfera sertaneja encanta os visitantes. Depois de Acari, seguindo a BR 427, contornando a Serra da Rajada, a estrada segue em direção à Parelhas. Distante 240 de Natal, a cidade nasceu ao pé da Serra do Boqueirão, beirando a fronteira com a Paraíba e às margens do Rio Seridó.
Os primeiros habitantes da região foram os valentes Canindés, dizimados pelos colonizadores portugueses, que tinham como aliado os índios Janduís. A resistência dos Canindés forçou uma batalha sangrenta, chamada “Guerra dos Bárbaros”, entre os índios potiguares contra vários destacamentos armados da Coroa portuguesa, comandada pelo bandeirante Fernando Jorge Velho.
Com o objetivo de pacificar os indígenas da região Seridó, somente em 1690, tropas lideradas por Afonso Albuquerque Maranhão conseguiram derrotar o Chefe da tribo Canindés e aprisionar mais de mil guerreiros. Após a derrota, os índios sobreviventes foram conduzidos para o litoral para trabalho escravo.
Com a tranqüilidade restaurada, os primeiros fazendeiros chegaram e se instalaram às margens do Rio Seridó, atraídos pela qualidade das terras propícias à agricultura e à criação de gado. O Tenente Francisco Fernandes de Souza, que chegou à região nos idos de 1700, é considerado o mais antigo entre os pioneiros moradores do território parelhense.
Por volta de 1850, a Fazenda Boqueirão, de propriedade do Sr. Félix Gomes Pereira, era considerada porto seguro para os vaqueiros descansarem, antes de continuar tangendo gados vindos da Paraíba, que passavam em procissão para a feira de Conceição do Azevedo (hoje, Jardim do Seridó).
Havia uma vereda às margens do Rio Seridó, nos caminhos entre a Fazenda Boqueirão e a feira de Conceição, onde os vaqueiros e boiadeiros costumavam experimentar a velocidade das montarias, correndo lado a lado, pegando parelha nos seus cavalos ligeiros, dando origem ao nome do lugar.
Até hoje, Parelhas mantém a tradição sertaneja em dias de feira-livre, quando os habitantes dos sítios vêm à cidade e apostam corridas em parelhas, cavalgando pelas estradas do Boqueirão, num verdadeiro hipódromo a céu aberto, onde se exibem os mais afamados cavalos e cavaleiros da redondeza.
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Freguesia de São Sebastião
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As parelhas de vaqueiros, que deu nome a cidade.
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O padroeiro é São Sebastião, cuja igreja foi erguida em homenagem a uma benção alcançada pelos moradores do lugar. Liderados por Sebastião Gomes, a promessa foi feita ao santo para que o povoado ficasse livre de uma terrível epidemia de cólera. Na periferia da cidade, há um grande cruzeiro para marcar o flagelo sofrido pelos antigos parelhenses.
Desaparecida a peste, a capela foi construída com o surgimento de várias casas ao seu redor. No final do século XIX, o padre Bento Pereira de Maria Barros foi o organizador da primeira feira livre e responsável pelo crescimento populacional de Parelhas, terra de São Sebastião.
A pequena povoação só começou a tomar ares de cidade, a partir de 1920, quando foi elevada a categoria de Vila. Em outubro de 1927, a freguesia de Parelhas desmembrou-se de Jardim do Seridó, tornando-se município. Hoje, Parelhas explora os seus recursos minerais, tendo destaque a produção de turmalina, água-marinha, ametista, entre outras pedras semipreciosas.
Além de sua rica história e fortes tradições sertanejas do seu povo, a cidade desperta para o turismo de aventura, figurando no “Roteiro Seridó” como uma das principais atrações turísticas da região com opções para caminhadas, trilhas para jipeiros, e cavalgadas nas quebradas da Serra do Boqueirão.
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Parelhas dispõe de uma pequena estrutura de hotéis e restaurantes. Mas, o Governo do Estado, através do projeto “Roteiro Seridó”, está incentivando a implantação de pequenas pousadas na casa dos próprios moradores, aproveitando a estrutura e o ambiente familiar com o projeto "Cama, Rede e Café".
Pórtico na entrada da cidade
Aventuras na Serra do Boqueirão
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Numa terra árida e pedregosa, onde a seca predomina a maior parte do ano, brota um roteiro cheio de aventuras e belezas naturais quase intactas, como se por muito tempo os olhos humanos fossem proibidos de apreciar. A majestosa Serra do Boqueirão é um convite para desbravar o desconhecido em busca de adrenalina, enquanto a beleza da região desponta diante de cada curva.
Para chegar ao topo da serra só mesmo num carro com tração nas quatro rodas ou em cima do lombo de um forte burro-mulo. A concentração para as últimas providências e orientações ocorre no pátio da Igreja São Sebastião. Para os desavisados, é indispensável o uso de protetor e bastante água na bagagem para enfrentar o sol abrasador.
Com as bênçãos do santo padroeiro, o grupo corre no encalço dos tabuleiros de mata cerrada, por onde os vaqueiros tangiam a manada de boi para a feira de Jardim do Seridó, no final do século XIII, e costumavam correr com seus cavalos nessa ampla estrada, competindo em parelhas, que num momento lúdico deu origem ao nome do município.
Depois de uma árdua subida através de uma trilha de pedras, enfrentando facheiros e xique-xiques, os aventureiros são recompensados com um dos mais belos visuais do Seridó. No alto da serra, é possível contemplar o açude Boqueirão em toda sua plenitude a perder de vista, um dos maiores reservatórios de água do Estado.
Na descida da serra, cruzando fazendas e propriedades rurais pelo sertão, a tropa descansa à beira do açude, aproveitando o banho nas suas águas frias, enquanto saboreia uma tilápia à moda sertaneja, pescada no próprio açude. No final do dia, o sol desce mansamente mostrando a perfeita silhueta do Boqueirão com a cidade de Parelhas no pé da serra.
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Igreja de São Sebastião. Ao fundo, a serra do Boqueirão.
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Rua Sete, no centro da cidade, abriga casas antigas.
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Casa de Cultura de Parelhas.
Arco ires na ser do Boqueirão
Estrada do Boqueirão e logo ao fundo, a bela Parelhas...
Curtam um pouco da minha cidade...
Visite o site: tvseridó.com.br
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