09/02/1909 05/08/1955 |
Olá
pessoal!!
Para
quem não sabe, especialmente hoje dia 09 de fevereiro, comemoramos o
aniversário de Carmem Miranda. Essa
figura bastante ilustre e irreverente que para sua época foi praticamente a
Leide Gaga das décadas de 1920 e 1950.
Com o nome de batismo era Maria do Carmo
Miranda da cunha, mas como sabemos ficou internacionalmente conhecida como
Carmem Miranda por ter cativado a todos com seu enorme talento expostos não só
no rádio, como também no teatro de revista, no cinema e na televisão. Carmem
chegou a receber o maior salário até então pago a uma mulher nos Estados
Unidos. Seu estilo eclético e seu gingado inigualável à eternizou como
precursora do tropicalismo, movimento cultural brasileiro surgido no final da
década de 1960.
Então, você está convidado a conhecer um
pouquinho da história dessa “pequena notável”!!!!
Vamos lá....
Portuguesa de nascimento, Carmen Miranda foi criada na Lapa carioca, que nas décadas de 1910 e 1920 era um caldeirão cultural de artistas, malandros e gente de todo tipo. Assimilando a estética, a linguagem e as novas sonoridades do lugar e da época, aprendeu as gírias e expressões das rodas boêmias, suas favoritas, e criou um personagem que seria uma representação do
século 20.
Carmen foi a primeira artista multimídia do Brasil. Talentosa, não só cantava, dançava e atuava, mas sabia, intuitivamente, transitar com desenvoltura pelo que viria a se tornar a indústria cultural.
Nossa peque notável teve uma vida curta, porém intensa.
Sua personalidade carismática e sua ascensão internacional inédita foram registradas não só em fotografias, discos e filmes, como em artigos, reportagens, entrevistas e muitos livros, no Brasil e no exterior.
Um pouquinho de sua História:
Quando Carmen Miranda, em 1939, embarcou no Rio de Janeiro e chegou ao porto de Nova Iorque, era uma ilustre desconhecida do público americano. Bastou-lhe porém um mês para conquistar a Feira Mundial, a Broadway e extraordinária popularidade. Logo veio o convite do cinema. Era o seu triunfo na América e em todo o mundo, que permanece até hoje, pois seus trajes, sua graça, sua personalidade e sua voz são uma marca registrada única.
O que ninguém sabia na América é que Carmen já tinha 10 anos de carreira no Brasil como cantora de disco, do rádio e
no cinema. Era a mulher mais famosa e amada do Brasil, recordista absoluta de vendagem de discos e também a "Embaixatriz do Samba", já que, nos anos 30, fez 8 excursões à Argentina para cantar nas rádios de Buenos Aires e, de passagem, em Montevidéu. Era verdadeiramente o símbolo da alma brasileira. Por isso, a ida de Carmen aos EUA, se provocou o orgulho nacional, trouxe depois alguns ressentimentos nos brasileiros pelos 14 anos consecutivos de sua ausência do Brasil. A "ingrata Carmen" nos havia abandonado!
Tudo isso porém foi esquecido quando, aos 46 anos, ela faleceu em Beverly Hills. Um milhão de pessoas chorando e cantando suas músicas acompanhando seu corpo embalsamado ao Cemitério de São João Batista, no Rio.
Carmen Miranda (1909-1955), pseudônimo de Maria do Carmo Miranda da Cunha, nasceu em Portugal, na zona rural de Marco de Canavezes. Veio para o Brasil com 18 meses. Seu pai era barbeiro e a família, de 6 filhos, vivia modestamente. Aurora, irmã de Carmen, também seria cantora. Carmen estudou alguns anos num colégio de freiras, no bairro da Lapa, no centro do Rio onde morava, que dava instrução e atendia crianças pobres. Ela depois foi trabalhar como balconista de lojas de roupas femininas e gravatas. Mais tarde, por conta própria, passou a confeccionar chapéus femininos, com muita arte e originalidade. A família também mantinha em sua casa uma pensão que fornecia refeições aos empregados do comércio. Carmen queria ser artista e tinha consciência de que poderia vencer. Em 1929, com 20 anos, foi levada pelo violonista e compositor baiano Josué de Barros, seu descobridor e protetor, para gravar na Brunswick, fábrica recém-instalada no Rio. O disco demorava a ser lançado e por isso Josué a levou para a Victor, que também se inaugurava no Rio. Imediatamente, como um passe de mágica, Carmen explodiu como celebridade no Brasil, para sorte da Victor, que estava formando seu elenco de cantores. Passou Carmen a ser, literalmente, a "Menina de Ouro da Victor".
Lá gravou "Pra Você Gostar de Mim", que os fãs passaram a chamar de "Taí". Essa marcha quebrou em 1930 o recorde brasileiro de vendas, com a marca extraordinária de 36 mil cópias! Era o terceiro disco de Carmen na Victor. Até hoje é muito cantada no carnaval brasileiro. Daí em diante, seus êxitos nunca cessaram. Ela lançou muitos compositores e era acompanhada pelos maiores músicos brasileiros como Pixinguinha, Canhoto, Benedito Lacerda, Luiz Americano, etc.
Ao todo, Carmen gravou na R.C.A. Victor, entre 1929 e 1935, 77 discos com 150 músicas. Ela seria, em 1935, atraída por um vantajoso contrato da Odeon. No Brasil, na R.C.A. Victor e na Odeon, Carmen gravou 281 músicas.
O estilo de Carmen era uma envolvente mistura de graça e ingênua malícia. Sua enorme capacidade de expressão fazia os ouvintes sentirem sua presença "fora do disco", ao vivo. Nos teatros, aquela mulher de pouca estatura e delicada de corpo parecia eletrizar o público com voz, os gestos sugestivos e os olhos verdes que chispavam. Carmen, porém, só se vestiria de baiana - e fazendo da baiana o traje típico da mulher brasileira perante o mundo - em fins de 1938, para cantar no filme "Banana da Terra".
No começo da carreira, foi chamada de "A Pequena do It na Voz e no Gesto", "Rainha do Samba" e "Ditadora Risonha do Samba". A partir de 1935, seu slogan definitivo no Brasil foi "A Pequena Notável".
MÚSICAS MAIS FAMOSAS :
- As Cinco Estações do Ano (gravada com Lamartine Babo, Mário Reis, Almirante e Grupo do Canhoto em 6 de julho de 1933)
- Adeus, Batucada (gravada com Orquestra Odeon em 24 de setembro de 1935)
- Alô… Alô?(gravada com Mário Reis e Grupo do Canhoto em 18 de dezembro de 1933)
- Ao Voltar do Samba (Arlequim de Bronze) (gravado com o Grupo do Canhoto em 26 de março de 1934)
- Boneca de Piche (gravada com Almirante e Orquestra Odeon em 31 de agosto de 1938)
- Cachorro Vira-Lata (gravada com Regional de Benedito Lacerda em 4 de maio de 1937)
- Cai, Cai (gravada com Bando da Lua em 5 de janeiro de 1941)
- Camisa Amarela (gravada com Grupo da Odeon em 20 de setembro de 1937)
- Camisa Listada (gravada com Bando da Lua em 28 de agosto de 1939)
- Cantores do Rádio (gravada com Aurora Miranda e Orquestra Odeon em 18 de março de 1936)
- Chattanooga Choo Choo (gravada com Bando da Lua e Garoto em 25 de julho de 1942)
- Chegou a Hora da Fogueira (gravada com Mário Reis e Diabos do Céu em 5 de junho de 1933)
- Chica-Chica-Bum-Chic (gravada com Bando da Lua em 5 de janeiro de 1941)
- Como "Vaes" Você? (gravada com Ary Barroso e Regional de Pixinguinha e Luperce Miranda em 2 de outubro de 1936)
- Cuanto Le Gusta (gravada com Irmãs Andrews e Orquestra de Vic Schoen em 29 de novembro de 1947)
- Disseram Que Voltei Americanizada (gravada com Conjunto Odeon em 2 de setembro de 1940)
- E Bateu-Se a Chapa (gravada com Regional de Benedito Lacerda em 26 de junho de 1935)
- E o Mundo Não Se Acabou (gravada com Regional Odeon em 9 de março de 1938)
- Eu Dei (gravada com Regional Odeon em 21 de setembro de 1937)
- Eu Também(gravada com Lamartine Babo e Diabos do Céu em 5 de janeiro de 1934)
- Goodbye, Boy (gravada com Orquestra Victor Brasileira em 29 de novembro de 1932)
- I Like You Very Much (Ai, Ai, Ai) (gravada com Bando da Lua em 5 de janeiro de 1941)
- I Make My Money with Bananas
- Isto É Lá com Santo Antônio (gravada com Mário Reis e Diabos do Céu em 14 de maio de 1934)
- Me Dá, Me Dá (gravada com Regional de Benedito Lacerda em 4 de maio de 1937)
- Minha Embaixada Chegou (gravada com Grupo do Canhoto em 28 de setembro de 1934)
- Moleque Indigesto (gravada com Lamartine Babo e Grupo Velha Guarda em 5 de janeiro de 1933)
- Na Baixa do Sapateiro (Bahia) (gravada com Orquestra Odeon em 17 de outubro de 1938)
- Na Batucada da Vida (gravada com Diabos do Céu em 20 de março de 1934)
- No Tabuleiro da Baiana (gravada com Luís Barbosa e Regional de Luperce Miranda em 29 de setembro de 1936)
- O Que É Que a Baiana Tem? (gravada com Dorival Caymmi e Conjunto Regional em 27 de fevereiro de 1939)
- O Tique-Taque do Meu Coração (gravada com Regional de Benedito Lacerda em 7 de agosto de 1935)
- Primavera no Rio (gravada com Diabos do Céu em 20 de agosto de 1934)
- Querido Adão (gravada com Orquestra Odeon em 26 de setembro de 1935)
- Rebola, Bola (gravada com o Bando da Lua em 9 de outubro de 1941)
- Recenseamento (gravada com Conjunto Odeon em 27 de setembro de 1940)
- Samba Rasgado (gravada com Grupo Odeon em 7 de março de 1938)
- Sonho de Papel (gravada com Orquestra Odeon em 10 de maio de 1935)
- South American Way (gravada com Bando da Lua e Garoto em 26 de dezembro de 1939)
- Taí (Pra Você Gostar de Mim) (gravada com Orquestra Victor em 27 de janeiro de 1930)
- Uva de Caminhão (gravada com Conjunto Odeon em 21 de março de 1939)
- Voltei pro Morro (gravado com Conjunto Odeon em 2 de setembro de 1940)
Filmografia
Todos os títulos em Português dos filmes estrangeiros referem-se a exibições no Brasil.
- 1932 Carnaval Cantado de 1932 no Rio
- 1933 A Voz do Carnaval
- 1935 Alô, Alô, Brasil
- 1935 Estudantes
- 1936 Alô, Alô, Carnaval
- 1939 Banana-da-Terra
- 1940 Laranja-da-China
- 1940 Serenata Tropical
- 1941 Uma Noite no Rio (That Night in Rio)
- 1941 Aconteceu em Havana (Week-end in Havana)
- 1942 Minha Secretária Brasileira (Springtime in the Rockies)
- 1943 Entre a Loura e a Morena (The Gang's All Here ou The Girls He Lef Behind)
- 1944 Quatro Moças num Jipe (Four Jills in a Jeep)
- 1944 Serenata Boêmia (Greenwich Village)
- 1944 Alegria, Rapazes (Something for the Boys)
- 1945 Sonhos de Estrela (Doll Face)
- 1946 Se Eu Fosse Feliz (If I'm Lucky)
- 1947 Copacabana (Copacabana)
- 1948 O Príncipe Encantado (A Date with Judy)
- 1950 Romance Carioca (Nancy Goes to Rio)
- 1953 Morrendo de Medo (Scared Stiff)
http://cliquemusic.uol.com.br/artistas/ver/carmen-miranda
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carmen_Miranda
www.carmenmiranda.com.br
Bibliografia:
CASTRO, Ruy, Carmen, Uma Biografia, São Paulo:Companhia das Letras, 2005, ISBN 85-359-0760-2
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